De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os países das Américas podem sofrer uma escassez de sangue para transfusões em função da redução significativa nas doações voluntárias durante este período de enfrentamento a pandemia da COVID-19, acentuando a queda de abastecimento dos estoques de sangue para os pacientes em clínicas e hospitais.


Diante desse contexto, destaca-se a campanha Junho Vermelho, que surgiu para sensibilizar e conscientizar as pessoas para a importância de doar sangue e manter os doadores de repetição ativos, uma iniciativa totalmente solidária em prol da vida, e que apesar de ser lembrada em junho, o desafio da campanha é garantir os estoques de sangue em alta em todos os períodos do ano.


O junho vermelho vem ganhando força e expressividade como ocorre em outras campanhas de âmbito mundial, como o Outubro Rosa e Novembro Azul, que conscientizam sobre o câncer de mama e o de próstata, respectivamente.




Para o médico hematologista João Saraiva, a campanha reforça a necessidade de  conhecer os impactos que o desabastecimento dos bancos de sangue podem provocar a pacientes que mais precisam.


“Temos grupos críticos como os pacientes de UTI, pacientes com câncer, pacientes que precisam realizar cirurgias ortopédicas ou de qualquer outro tipo, e que necessitam do suporte de sangue para fazer esses procedimentos com segurança e ter o tratamento devidamente preconizado para a doença específica do paciente”, detalhou Saraiva.



Plasma Convalescente

A doação do sangue é uma atitude que pode salvar muitas vidas. Quando uma pessoa faz uma doação, o líquido vai para uma bolsa única e após o processamento o sangue, é feita a separação em seus componentes: hemácias, plaquetas e o plasma, que atualmente vem sendo utilizado em pesquisa experimental para auxiliar no tratamento da Covid-19.


O doutor João Saraiva é um dos membros desse grupo de pesquisa sobre o plasma convalescente e esclarece sobre o estudo desenvolvido no Pará, ajudando pessoas que estão na fase aguda do novo coronavírus.


“A pesquisa envolve pacientes que já tiveram a Covid-19 e adquiriram anticorpos. Com isso, o procedimento de doação de sangue pode ser feito pela pessoa após a sua recuperação completa, que seria no tempo estimado de 30 dias”, ressalta o médico.


Além dos critérios padrões de um doador habitual, existe um critério a mais para se doar o plasma convalescente, que se trata da restrição de mulheres grávidas ou que já tiveram outras gestações, por haver a possibilidade de apresentarem anticorpos produzidos na gestação acarretando em riscos ao receptor do plasma, acometendo especificamente os pulmões.


O recomendável é que os voluntários entrem em contato com o banco de sangue para saber se estão aptos a fazer a doação a pacientes que aguardam um doador compatível.

 

Serviço:


Contato: (91) 3266-2688 (IHEB)


Contato: (91) 98404-9612 (Fundação Hemopa)

 Ascom Beneficente Portuguesa

Texto: Helen Barata

Foto: Carlos El-Souki